Jogo comemorativo de final de ano - 2007
por Philipe Deschamps Dias, em 13 de dezembro de 2007

Aterro do Flamengo
12/12/07

Time do Chaves 9x7 Time do Ph

Time do Ph
Rodrigo*, Maurício* (Vilaninho**) e Guedão; Zumbi (Itamar**), Marreco, Juninho e Ph. Gols: Ph (3), Marreco (3) e Zumbi

Time do Chaves
Renato, Guil, Vilano e Thiago**; Alex, Felipe, Chaves e Bruno (Rony*)
Gols: Felipe (3), Bruno (3), Guil (2) e Chaves

* ex-jogador/ ** convidado


O jogo comemorativo de final de ano do Ellite foi mais uma vez muito disputado, com o placar indefinido até os últimos minutos, a exemplo do que aconteceu em 2006. A forte chuva que começou a cair na cidade na parte da tarde – alagando seriamente alguns locais do Rio de Janeiro – não foi empecilho para que jogadores, ex-jogadores e convidados comparecessem ao Aterro para o último jogo do ano. A única ausência dos inicialmente relacionados foi a do ex-jogador Joca, que preferiu ficar tomando uma cervejinha em algum bar da Tijuca – o que no final das contas acabou sendo um reforço para o Time do Chaves, onde o ex-jogador e boêmio estava escalado.

O campo do Ellite era o único ocupado entre os 8 disponíveis no Aterro. A chuva realmente não era convidativa a um jogo de futebol, mas, para usar um clichê antigo, "não há tempo ruim para o Ellite". Mesmo debaixo de chuva, as esposas de Guedão, Vilano, e a namorada de Vilaninho foram prestigiar o jogo.

A partida começou e o Time de Chaves abriu o placar logo nos primeiros minutos. Bruno recebeu lançamento e encobriu o goleiro Rodrigo na saída do gol: 1x0. Mas não demorou muito para o Time de Ph se arrumar em campo e passar a dominar a partida. Vilano tentou rechaçar uma bola na defesa, mas acabou batendo fraco. Ph aproveitou e tocou para Marreco chutar de primeira e vencer o goleiro Renato: 1x1. A virada veio com Zumbi pelo lado direito. O jogador fez boa jogada e cruzou para Ph na área. O atacante tentou dominar a bola, mas não conseguiu e, sem querer, acabou devolvendo-a para Zumbi, que chutou para fazer 2x1.

O Time de Ph ampliou com o próprio atacante, que, depois de receber lançamento, venceu o zagueiro Vilano e bateu rasteiro na entrada da área: 3x1. Marreco, Juninho e Zumbi se entendiam muito bem no meio-campo e dominavam o setor. Em linda jogada individual, Juninho envolveu a defesa adversário e, de calcanhar, deixou Marreco de frente para o gol. O jogador, de fora da área, colocou com categoria no canto, rasteirinho. Não deu tempo do goleiro Renato nem se mexer, 4x1. Golaço!

O Time de Chaves diminui em jogada do camisa 10. Ele recebeu pela esquerda, passou por Maurício em velocidade e chutou cruzado. Bruno apareceu no segundo pau para completar e diminuir, 4x2. O gol, no entanto, não intimidou o Time de Ph. Depois de bate-rebate na área, a bola sobrou para o camisa 9, oportunista, ampliar para 5x2. O sexto gol veio logo em seguida. Marcio PCC encontrou Ph livre pela direita e deu passe na medida. O atacante dominou, avançou livre e bateu cruzado, sem chances para Renato, 6x2.

O gol pôs o Time de Chaves em desespero. Alex e Chaves já começaram a arrumar os possíveis culpados pela derrota que poderia se concretizar mais tarde. O juiz, é claro, foi o primeiro escolhido. Alex começou a intimidar o árbitro, gritando o tempo todo, cobrando descontos ainda antes do término do primeiro tempo. Chaves, seguindo a mesma linha de Alex, também era só reclamação – tanto com o juiz, quanto com o adversário, reclamando de faltas normais de jogo. O descontrole dos dois era visível. Era "O jogo da vida deles" e a vitória teria de vir a qualquer custo. Alex chegou a rasgar a camisa de Juninho de tanto puxá-la (rasgar a camisa do Ellite! Uma heresia!).

No segundo tempo, as coisas mudaram completamente. O Time de Ph fez duas mudanças, colocando em campo os convidados Vilaninho e Itamar, que, no entanto, não conseguiram manter o ritmo do time na primeira etapa. O meio-campo também perdeu muita força: Juninho e Zumbi, que vinham tendo ótima atuação, perderam fôlego e cansaram, diminuindo o ritmo de marcação e criação de jogadas.

O Time de Chaves soube se aproveitar disso e, antes do primeiro minuto de jogo, diminuiu em contra-ataque rápido, finalizado com um chute seco de Felipe (6x3). O time ganhou moral e passou a dominar as ações da partida. Acuado, o Time de Ph tentava se segurar de todas as maneiras. Guil marcou o quarto gol depois de bobeira de Ph, que tentou proteger uma bola na área e acabou sendo surpreendido pelo lateral, que se adiantou para bater cruzado, 6x4.

Com apenas dois gols de vantagem, o jogo estava indefinido. O meio-campo Felipe começou então a fazer a diferença no Time de Chaves, deslocando-se de todas as formas por todo o campo, tendo sempre o apoio de Guil, principalmente, além de Alex e do jovem Bruno, todos desfrutando de excelente preparo físico. Isso fez a diferença.

Guil marcou o quinto gol em chute forte de longe, enviesado (6x5). O Time de Ph chegava ao gol adversário com muita dificuldade e apenas se defendia. Em jogada individual, todavia, Marreco marcou o terceiro dele no jogo em chute de longe, que ainda bateu na trave antes de entrar (indefensável!), dando momentos de alívio à equipe de Ph (7x5).

O jogo poderia ter mudado de cara se a bola do atacante Ph tivesse entrado. Em um lance inacreditável, o jogador recebeu na direita, avançou e bateu rasteiro, cruzado. A bola venceu o arqueiro Renato mas, antes de entrar, parou numa enorme poça d’água. Incrível.

Chegando perto dos 30 minutos, o jogo começou a ficar ainda mais tenso. Alex e Chaves catimbavam o jogo cada vez mais. O sexto gol veio através de Bruno, que aproveitou um cruzamento longo de Felipe para bater na saída do goleiro Rodrigo, pelo lado esquerdo: 7x6.

O igualdade era questão de tempo e veio com Chaves. O atacante recebeu no meio, foi à frente e bateu forte, no canto, vencendo Rodrigo, jogo empatado, 7x7. Faltavam ainda 10 minutos. Com o empate, dominando o jogo e visivelmente mais inteiro em campo, era óbvio que o Time de Chaves tinha mais chances de virar a partida. E foi o que aconteceu. O Time de Ph até melhorou um pouco no final, mas Felipe achou espaço para bater cruzado e virar a partida (8x7). Em vantagem no placar, Chaves e Alex passaram então para o outro lado. Não reclamavam mais de descontos com o juiz.

O Time de Ph não tinha forças para a reação, mas nem por isso desistiu do jogo e continuou tentando o gol que levaria ao empate. O golpe de misericórdia, no entanto, veio no final. Felipe chutou forte do meio, a bola desviou em Marreco e entrou, enganando o goleiro Rodrigo. Final 9x7.

Foi um jogo disputadíssimo, de dois temos completamente distintos. No primeiro, um baile do Time de Ph; no segundo, aproveitando o melhor preparo físico, domínio total do Time de Chaves, que correu atrás e fez por merecer a vitória. No final das contas, a vitória do Time de Chaves acabou sendo o melhor para o Ellite. Gozando de espírito esportivo, o Time de Ph, apesar de abatido e chateado com a derrota, aceitou perfeitamente a derrota, acreditando que o jogo era uma confraternização. Pelo desenrolar do primeiro tempo, se perdessem a partida, talvez Alex e Chaves não aceitassem o resultado, tamanho era o clima beligerante que criaram. Melhor assim. Os deuses do futebol sabem o que fazem.
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