Coluna do Presidente, nº 77
por PH, em 17 de setembro de 2009

ELLITE HOMENAGEIA JUNINHO EM SEU JOGO DE DESPEDIDA

Foi uma festa à altura de um dos maiores jogadores da história do Ellite. Paradoxalmente, foi uma homenagem pequena e simples se comparada a tudo o que Juninho representou e representa para o Ellite: sem dúvida nenhuma o maior jogador de meio-campo a vestir o manto sagrado do time nesses 11 anos. O jogo, programado há mais de dois meses, foi a despedida do camisa 17 do futebol, e, consequentemente, do Ellite. Com problemas crônicos no joelho direito e três cirurgias, Juninho decidiu abandonar os gramados pois teria de se submeter a mais uma desgastante operação no mesmo joelho, e, ainda assim, o procedimento não lhe garantiria a plena recuperação. Foi uma decisão difícil, só dele, que todo o elenco do Ellite teve de aceitar e compreender.

O adversário escolhido para o jogo foi o Todos os Santos, cujo presidente e técnico tem, curiosamente, o mesmo apelido do nosso camisa 17. A data escolhida por pouco não foi o dia 17, número imortalizado por Juninho no Ellite, mas chegamos bem perto disso... dia 16 de setembro. O elenco do Ellite compareceu em peso. A único ausência foi a do zagueirão Marcio, que não pôde comparecer. O primeiro tempo começou equilibrado, mas aos poucos o Ellite foi tendo o domínio do jogo e, antes do 10 minutos, o atacante Bruno marcou um golaço. O jogador se livrou de um marcador na direita, entrou na área, driblou o goleiro para a esquerda e mais um zagueiro para chutar no gol vazio e abrir o placar (1x0). O atacante, que ficou mais de seis meses parado por uma contusão, não marcava um gol desde janeiro.

O segundo gol foi do dono da festa. Ele recebeu de costas para o gol, girou e bateu cruzado de fora da área, acertando o ângulo, sem chances para o goleiro (2x0). Parecia que seria fácil, mas o Todos os Santos não estava morto e diminuiu para 2x1. Apesar disso, o Ellite continuava dominando as ações e tendo mais posse de bola. O terceiro gol veio novamente com Bruno, que aproveitou um bom passe de Chaves para chutar de dentro da pequena área e marcar 3x1. O Todos os Santos não deixou o Ellite curtir muito tempo a vantagem e novamente diminuiu para 3x2. Mas o Ellite era melhor e abriu dois gols de vantagem novamente, numa jogada que começou com uma roubada de bola de Bruno, que tocou para Chaves, livre, chutar e ampliar para 4x2, dando mais tranquilidade ao time para iniciar o segundo tempo. Foi o 600º gol do artilheiro com a camisa 10 do Ellite.

Na etapa complementar, o Ellite trocou o time inteiro. Permaneceram em campo apenas o goleiro Renato e, é claro, Juninho. O Todos os Santos, logo no começo, encostou de novo no placar (4x3), mas o time já demonstrava cansaço em campo e dava indícios de que não conseguiria suportar o sangue novo do Ellite. A derrota seria questão de tempo. Mais solto e à vontade em campo, Juninho começou então a desfilar todo o seu repertório de recursos. Logo depois do terceiro gol adversário, Juninho aproveitou uma bola no meio-campo, avançou e bateu de fora da área. Dessa vez, ao contrário do primeiro gol, o camisa 17 bateu rasteiro, no cantinho, inapelável, fazendo 5x3.

A partir daí, o jogo ficou todo para o Ellite. O convidado Bicudo, em temporada de testes no Ellite, recebeu passe dentro da área e com apenas um toque desviou do goleiro para ampliar: 6x3. A essa altura, a vitória já parecia mais do que certa, mas o adversário em nenhum momento perdeu o controle. Pelo contrário, jogando sempre na bola, com lealdade e muita raça, o Todos os Santos valorizou ainda mais o jogo que certamente ficará na história do time. E o Ellite soube fazer a sua parte, principalmente ele, Juninho. Já com dois gols na noite, o camisa 17 poderia perfeitamente deixar o gramado, mas não... a festa ainda não havia terminado. Mesmo com dores no joelho e já sinalizando cansaço, o jogador permaneceu em campo, guerreiro como sempre foi, procurando ajudar os companheiros da melhor forma possível.

E os Deuses do futebol decidiram conspirar a favor do craque do Ellite. O sétimo gol foi mais uma vez dele. Ph recebeu na esquerda e carimbou o travessão. A bola sobrou para Felipe que tocou para Juninho, de dentro da área, deslocar o goleiro com categoria, abrindo 7x3. O adversário descontou para 7x4, mas o show ainda não estava completo. Juninho, de novo ele, recebeu passe de Felipe e, com muita categoria, de bico, botou no cantinho. Era o quarto dele e o oitavo do Ellite, 8x4.

Mas como todo grande espetáculo, ele deveria acabar com chave de ouro e foi o que aconteceu. Se fosse ensaiado, não sairia tão bem. Alex deu um lançamento longo e perfeito para Juninho. O goleiro, desesperado, saiu na tentativa de cortar o cruzamento, mas, com a bola quicando, foi apenas mais um mané para Juninho, que, num toque de classe, encobriu o goleiro, dando um balão no arqueiro adversário. A bola acabou quicando muito alto e dava a impressão de que passaria por cima do gol, mas ela, caprichosamente, como se procurasse o craque, bateu no ombro de Juninho e morreu no fundo das redes. Foi o 5º gol dele na partida, igualando sua marca anterior de recorde de gols em um jogo. Foi também o 207º gol do jogador em 187 jogos com a camisa do Ellite. Pronto. Ponto Final: 9x4. Não precisava de mais nada.

Após o término da partida, o Ellite fez duas singelas homenagem ao meio-campo. Primeiro, o presenteou com a camisa número 17 que o jogador estreou no time, em 10 de abril de 2002, quando marcou um gol na vitória de 8x2 sobre o Tijuquinha. Este uniforme foi o primeiro da história do Ellite, adquirido em 1998, e apenas os jogadores que integravam o elenco à época e permanecem no time até hoje têm esta preciosidade guardada em casa. Pelo que fez dentro e fora de campo, é mais do que justo que ele também a tenha. A segunda homenagem foi uma placa prateada, com o escudo do Ellite e uma foto do jogador. Foi uma forma que o time encontrou de agradecer a ele por tudo. O texto, na íntegra, segue abaixo. Valeu, Juninho!

A PLACA

O Ellite FC agradece ao meio-campo Juninho toda a sua dedicação durante o período em que defendeu as cores do time, de abril de 2002 a setembro de 2009.

Sempre envergando a camisa 17 com elegância em campo, Juninho foi durante mais de sete anos o maestro do Ellite, regendo com muita habilidade e categoria as vitórias do time. Fora de campo, Juninho foi igualmente importante: entendeu o espírito do Ellite e integrou essa família da melhor forma possível, com muita amizade e bom humor.

Obrigado, Juninho, por todas as alegrias que você nos proporcionou dentro e fora de campo. Mesmo afastado dos gramados, esperamos que você continue conosco, ao nosso lado, ajudando a construir essa história de sucesso que é o Ellite FC. Uma história de amizade que certamente nunca terá fim – e da qual você faz e sempre fará parte.

Homenagem da família Ellite FC ao seu eterno camisa 17
Juninho, 187 jogos

ELLITE FUTEBOL CLUBE
16 de setembro de 2009
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